Home Polícia Grupo extremista planejava morte de Moraes mesmo com risco de vida, aponta PF

Grupo extremista planejava morte de Moraes mesmo com risco de vida, aponta PF Golpistas teriam tramado o assassinato de Alexandre de Moraes, então presidente do TSE, com o uso de explosivos ou envenenamento

19 de novembro de 2024, 16h48 | Por Letícia Horsth

by Letícia Horsth

O plano “Punhal Verde e Amarelo”, que tentaria um golpe de Estado para impedir a presidência de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), cogitou o assassinato do ministro Alexandre de Moraes, então presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), com o uso de explosivos ou envenenamento. É o que revelam as investigações da Polícia Federal que resultaram na Operação Contragolpe, nesta terça-feira (19/11). Quatro militares e um policial federal foram presos como suspeitos de tramarem os atos criminosos.

De acordo com a corporação, os golpistas consideravam os “danos colaterais” do assassinato de Moraes como “aceitáveis”. “Danos colaterais”, ressalta a PF, seria a eliminação de toda a equipe de segurança do ministro e, até mesmo, a morte dos militares envolvidos na ação. Ou seja: os golpistas estariam dispostos a morrer por causa do plano de execução do ministro.

“[Tudo] era admissível para cumprimento da missão de ‘neutralizar’ o denominado ‘centro de gravidade’, que seria um fator de obstáculo à consumação do golpe de Estado”, descreve a PF.

Segundo a investigação, “a possibilidade de morte de Moraes é reforçada pelo tópico denominado ‘Danos colaterais passíveis e aceitáveis’”, e o documento descreve como passível “100%” e aceitável o mesmo percentual de “100%”.

A investigação encontrou um documento que traz, em formato de tópicos, o planejamento de uma operação relacionada ao golpe de Estado. São elencadas, por exemplo, demandas de reconhecimento operacional e armamentos necessários.

Os metadados indicam que o planejamento foi elaborado pelo general da reserva Mario Fernandes, enquanto ainda era secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência da República, durante o governo de Jair Bolsonaro (PL).

Condições de execução
O documento indica que foram consideradas diversas condições de execução do ministro Alexandre de Moraes, “inclusive com o uso de artefato explosivo e por envenenamento em evento oficial público”.

Conforme a PF, há ainda no documento uma citação aos riscos da ação, dizendo que os danos colaterais seriam muito altos, a chance de “captura” também e a chance de “baixa” seria alto. Vale destacar que o termo “baixa” é relacionado a morte no contexto militar.

“O contexto de emprego de armamentos extremamente letais, bem como de uso de artefato explosivo ou envenenamento, revela que o grupo investigado trabalhava com a possibilidade de assassinato do ministro Alexandre de Moraes”, conclui o relatório da PF.

Com informações do Metrópoles.
Foto: Igo Estrela/Metrópoles @igoestrela.

LEIA TAMBÉM

Envie seu comentário