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Mesa-redonda virtual promove reflexão sobre a arte de Minas Webinário faz parte das comemorações do tricentenário do Estado e tem como foco a literatura e a gastronomia.

27 de novembro de 2020, 15h50 | Por Redação ★ Blog do Lindenberg

by Redação ★ Blog do Lindenberg

Por ALMG

Quem gosta de história, quem aprecia comida mineira ou boa literatura, pode anotar na agenda: A Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) promove, nesta terça-feira (1º/12/20), a partir das 10 horas, o Webinário Tradição e Modernidade: as reinvenções criativas da arte em Minas Gerais, como parte da programação alusiva aos 300 anos do Estado. O foco desta vez é a literatura e a gastronomia de Minas.

O evento será em formato de mesa-redonda virtual, por meio do aplicativo Zoom, com transmissão ao vivo pelo canal do Youtube da ALMG e pela TV Assembleia. A transmissão será feita a partir do Salão Nobre.

Logo na abertura do encontro será lançado o livro Nossa Comida Tem História, organizado pelo professor José Newton Meneses. “Para traduzir a mineiridade, é preciso compreender nossa cultura, nossos costumes e, claro, nossos sabores”, afirma o presidente da ALMG, deputado Agostinho Patrus (PV), ao destacar a importância da obra.

Também será lançada a edição nº 79 da Revista da Academia Mineira de Letras – Dossiê dos 110 anos da AML. E, em seguida, terão início as palestras que compõem o webinário:

A recepção do moderno na arte em Minas Gerais – Eneida Maria de Souza, doutora em Literatura Comparada e Semiologia, professora titular em Teoria da Literatura da Faculdade de Letras/UFMG e professora Emérita da UFMG.

Academia Mineira de Letras: onze décadas de entusiasmo pela Cultura de Minas – Rogério Faria Tavares, doutor em Letras e presidente da Academia Mineira de Letras (AML).

Minas e sua cozinha mais que tricentenária: vasculhar o quintal e desejar o que ele não tem – José Newton Coelho Meneses, doutor em História, professor do departamento de História da Fafich/UFMG e diretor do Centro de Estudos Mineiros da UFMG.

Riqueza e arte – A data de “nascimento” oficial de Minas Gerais foi estabelecida em 2 de dezembro de 1720, quando a Coroa Portuguesa desmembrou a então capitania de São Paulo e Minas do Ouro, dando origem à chamada Capitania das Minas do Ouro. A partir de um alvará expedido por Dom João V, a capitania de São Paulo passou a ter um governador, e Minas outro.

Segundo registra o Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais (IHGMG), por causa da quantidade de ouro aqui produzido, Minas tornou-se o território mais importante e mais rico do reino de Portugal, no século XVIII. Toda a história e riqueza do Estado teve reflexo direto na arte produzida no Estado, nas expressões reconhecidas como Barroco Mineiro, na arquitetura, nas artes plásticas em geral, na música, e também na literatura e na gastronomia.

Mas o Estado também soube se reinventar e se modernizar em relação à sua arte? Durante o webinário, palestrantes e demais participantes poderão discutir a relação entre o tradicional e o contemporâneo nas expressões artísticas mineiras.

Gastronomia mineira é complexa e de muitas referências históricas

A culinária de Minas é uma construção rica e complexa, carregada de referências diferentes, é “uma construção de muitas etnias indígenas, muitos Portugais e muitas Áfricas; e, ainda, de gentes de todas as regiões da América portuguesa”, como define o professor Newton Meneses, logo na abertura da publicação Nossa Comida Tem História.

A proposta do livro-memória é decifrar a linguagem da comida mineira, sem a pretensão de aprofundar o assunto, o que demandaria uma “enciclopédia”, como explica o próprio organizador. “A comemoração, então, a festeja em imagens e poucas receitas, porque sua complexa gramática exigiria muito papel”, garante o professor Newton Meneses.

Na opinião do deputado Agostinho Patrus, que assina a apresentação do livro, a gastronomia é muitas vezes preterida nos livros de história, mas também representa “um importante espelho da evolução social”. Para ele, é fundamental preservar a cozinha de origem, resgatando uma cultura alimentar que remonta aos tempos coloniais de Minas. “Viver Minas é experimentar seus sabores e conhecer os labores de quem os produz”, arremata.

Parcerias ajudam a preservar tradições centenárias

A Academia Mineira de Letras (AML) é uma das instituições da rede de parceiros que a ALMG constituiu para a desenvolver as ações comemorativas dos 300 anos do Estado. O objetivo, inicialmente, era realizar ao longo de 2020, uma agenda de atividades político-institucionais, que ajudassem a valorizar e preservar a trajetória de Minas Gerais ao longo desses 300 anos.

A pandemia de Covid-19, no entanto, e os impactos trazidos por ela, fizeram com que a programação comemorativa fosse suspensa de março a junho, e depois refeita, para se adaptar aos protocolos de segurança sanitária recomendados, sendo agora realizada em grande parte por meio de plataformas digitais e recursos tecnológicos disponíveis.

Apesar de estar digitalizada e disponível para todos, o presidente da AML, Rogério Tavares, destacou a importância da edição impressa da Revista que será lançada durante o webinário. Ele agradeceu o apoio da Assembleia Legislativa, na pessoa do presidente Agostinho Patrus, que viabilizou o lançamento da publicação. Na opinião de Rogério Tavares, a circulação física do objeto “livro” (ou revista) é um dos símbolos mais caros às sociedades civilizadas.

Citando autores mineiros do século XVIII, como os poetas Tomás Antônio Gonzaga, Cláudio Manuel da Costa, e Alvarenga Peixoto; depois a geração modernista de 1922, os Verdes de Cataguases, os vintanistas (Fernando Sabino, Paulo Mendes Campos, Otto Lara Resende e Hélio Pellegrino), o deputado Agostinho Patrus, arremata: “O papel que a AML tem cumprido com êxito é o de guardiã dessa rica tradição mineira”, afirmou.

Foto: Reprodução

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