Home Polícia Vereador de BH pagou R$ 40 mil para executar político do interior, segundo PC

Vereador de BH pagou R$ 40 mil para executar político do interior, segundo PC Investigadores acreditam que disputa sindical teria motivado o crime; inquérito indica que a vítima fazia denúncias frequentes contra o parlamentar.

16 de outubro de 2020, 18h25 | Por Letícia Horsth

by Letícia Horsth

O assassinato do vereador de Funilândia, Hamilton de Moura, ocorrido em julho deste ano, foi motivado por disputa de poder entre sindicatos, de acordo com a Polícia Civil. O vereador de Belo Horizonte Ronaldo Batista (PSC), foi preso nessa quinta-feira (15) é apontado pelas investigações como o o mandante do crime, e teria pago R$ 40 mil pela execução.

De acordo com a Polícia Civil de Minas Gerais, na primeira fase da operação, realizada em agosto, foram cumpridos 21 mandados de busca e apreensão e quatro pessoas foram presas, sendo um policial militar da ativa, um ex-policial penal e dois familiares desse, que estariam envolvidos na execução do crime. Outro alvo das investigações, presidente de um sindicato, não foi localizado e, até o momento, encontra-se foragido.

A chefe do Departamento Estadual de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), delegada-geral Letícia Gamboge, explica que a segunda etapa da operação, realizada ontem, resultou na prisão de outras quatro pessoas. Dentre elas, “foram presos um segundo ex-policial penal, que é irmão do sindicalista foragido, e um vereador de Belo Horizonte. “Temos elementos indicativos de que o mando do crime poderia ser imputado a esse suspeito, o vereador da capital”, afirmou.

As investigações foram realizadas em segredo de Justiça, e indicam que o vereador de Belo Horizonte, o presidente do sindicato e o irmão dele teriam sido os responsáveis pelo mando do homicídio. Já os demais envolvidos estariam ligados à execução do crime.

Motivação

A motivação do crime estaria relacionada com uma disputa de cargo entre a vítima e o vereador de Belo Horizonte, preso ontem. O delegado Domênico Rocha explica que, na década de 90, a vítima era sindicalista e começou a ganhar respeito e prestígio no meio sindical, alcançando a presidência de um sindicato. Em 2010, ela teria apoiado o atual vereador da capital, que na ocasião era presidente de um sindicato. Entretanto, essa aliança foi rompida. “A vítima criou um sindicato à parte e enfraqueceu o sindicato do qual o vereador era presidente à época, não só enfraquecimento político, mas também bases territoriais, que incluem contribuições sindicais e de receitas”, explica.

Com o tempo, a vítima passou a patrocinar ações judiciais contra o atual vereador, que se desdobraram em condenações milionárias por parte dele. A vítima ainda divulgava notícias contra o vereador e estava se articulando para disputar o cargo de uma federação do qual o vereador é presidente e iria acontecer no ano que vem.

Crime premeditado

Foi apurado que os suspeitos já faziam monitoramento da vítima há alguns meses antes da execução do crime. Ainda, eles teriam pensado em alguns detalhes, como utilização de carro clonado e silenciador de arma. Rocha explica que os suspeitos elaboraram uma emboscada para a vítima. Os suspeitos se passaram por uma mulher para atrair a vítima até o local do homicídio. “Foi uma conversa que se iniciou com suposto interesse por um lote e, em dado momento, a conversa tomou outra tonalidade. Ela (suspeitos) passou a fazer um jogo de sedução e a vítima foi enlaçada nessa atração”, detalha.

Com isso, o delegado afirma que o crime foi totalmente planejado pelos investigados. “Cada um tinha uma função devidamente delimitada e articulada de maneira a alcançar o êxito no assassinato da vítima. Tudo foi meticulosamente arquitetado para que essa execução fosse feita”, destaca.

Ainda segundo a instituição, as investigações prosseguem para identificação e prisão de outros envolvidos.

Com informações da PCMG.
Foto: Divulgação/PCMG.

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